Com o tema “Avisa lá! Baianas Ozadas vai de Olodum, BH!”, o bloco inicia sua concentração às
9h do dia 04/03, na Av. Afonso Pena, e em seguida saí em cortejo até a Praça da Estação
Um gostinho da Bahia no carnaval de Belo Horizonte. É o que faz o bloco Baianas Ozadas, que neste ano homenageia os 40 anos de fundação do bloco-afro Olodum, mundialmente conhecido por embalar o carnaval de Salvador. A concentração acontece no dia 04 de março, segunda-feira de carnaval, a partir das 09h, na Av. Afonso Pena, próximo à Igreja de São José, onde será realizada a tradicional lavagem da escadaria, em alusão ao ato realizado na igreja soteropolitana de Senhor do Bonfim. Em seguida, o cortejo segue arrastando milhares de foliões até a Praça da Estação.
Criado em 1979, o Olodum do Pelô, como é chamado carinhosamente pelos baianos, também é reconhecido como a maior banda percussiva do planeta. O ritmo samba-reggae, originado no seio do grupo pelo saudoso mestre Neguinho do Samba, contagiou o mundo e encantou artistas internacionais como Paul Simon e Michael Jackson, que fizeram questão de gravar com o grupo no Brasil. O cineasta Spike Lee foi outro ícone internacional que se rendeu ao som envolvente da banda, quando dirigiu o clipe da música “They Don’t Care About Us”, gravada em 1995 nas ladeiras do Pelourinho e uma pequena parte no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro.
Assim como o Baianas Ozadas, o Olodum surgiu de uma simples brincadeira carnavalesca, e o que era para ser apenas uma opção de lazer momentânea para os moradores do Maciel-Pelourinho, ganhou o mundo e o mercado musical se transformando numa das bandas percussivas de maior expressão e representatividade cultural. Quarenta anos depois, a diáspora afro-baiana, suas heranças e herdeiros se encontram no carnaval que mais cresce no Brasil. É que em 2019, o bloco do coração de BH, Baianas Ozadas, ganhará novas cores e reforçará sua baianidade numa transformação de expressão viva do carnaval de Salvador nas ruas centrais de Belo Horizonte. Inspirador para o surgimento de inúmeros outros blocos na capital, o Baianas Ozadas é o pioneiro a tocar só ritmos baianos, especialmente o samba-reggae criado pelo Olodum.
As cores que representarão o bloco também não foram escolhidas ao acaso. O verde, vermelho, amarelo e o preto, característicos do Olodum, estarão presentes nos vestuários autênticos que vão de saias à turbantes, balangandãs e pinturas corporais do Baianas Ozadas. Todas juntas formam a base do Pan-Africanismo, e são cores que constituem numa identidade internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África. Além do visual, o carnaval dos mineiros representará a Bahia na irreverência da musicalidade e no ritmo da banda e percussão que prometem sacudir os foliões atrás do trio ao som de clássicos do axé music.
Engajamento social
A cada ano o Baianas Ozadas abraça um projeto e leva às ruas uma mensagem de apoio e incentivo para que a população quebre as barreiras do preconceito. Para o carnaval de 2019, a ala de dança do bloco que conquistou o coração de BH ganhará novos integrantes pra lá de especiais, os deficientes auditivos. Com direito a performance de dança interpretada em libras, os surdos terão um lugarzinho especial para curtir o desfile e cair na folia. Comandado pelo coreógrafo Cristiano Ribeiro, a ideia do projeto nasceu através de um vídeo do tradutor de libras, Virgílio Soares, que viralizou na internet. O trabalho do intérprete brasiliense sensibilizou não só os internautas como o professor de dança, que logo pensou na iniciativa como um possível trabalho a ser levado para o Baianas Ozadas.
Além disso, neste ano o Baianas Ozadas abraça também o Projeto Ammor, iniciativa que existe em Belo Horizonte desde o ano de 1988 sendo uma entidade pioneira e especializada no acompanhamento do vírus da AIDS e de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) entre crianças e jovens em situação de rua. Surgiu através de um trabalho que a Dra. Irene Adams já desenvolvia na área de pacientes com câncer terminal e HIV/AIDS e tem como foco também, o desenvolvimento humano através do trabalho com pessoas excluídas e desvantagem social. O Projeto Ammor oferece atendimento médico, como enfermagem, pronto atendimento, check up, planejamento familiar, ginecologia, psicologia clínica, nutrição, além de intervenções educativas entre os jovens e capacitação dos educadores.
Crianças na folia
O bloco mais esperado da capital mineira criou uma ala especialmente para as crianças que se mantém no carnaval de 2019, “Os Baianinhas”. A versão infantil do tradicional desfile que conquistou a capital mineira, Baianas Ozadas, conta com fantasias, músicas, atrações especiais, e até uma bateria formada pelos pequenos, sob a coordenação de Geovanne Sassá. Os Baianinhas abrem o desfile às 10h, depois, em seguida passam o bastão para o bloco adulto que começa com a lavagem das escadarias da igreja São José.
Baianas Ozadas
O Baianas Ozadas foi criado em 2012 pelo baiano radicado em BH, Geo Cardoso, que convidou um grupo de amigos para sair como uma ala no carnaval da capital. Desde então, todos – homens e mulheres – se vestem com saias, turbantes e colares de baianas em reverência às tradicionais baianas, de forma bem-humorada e compondo um visual peculiar.
No ano seguinte, a ala deu origem ao bloco. E desde então, ele cresceu vertiginosamente ano a ano, se tornando o maior do carnaval de Belo Horizonte. Em 2017, o público ultrapassou o número de 500 mil pessoas. Em 2018, o Baianas Ozadas preparou um repertório com clássicos eternos do Carnaval, ritmos baianos e sucessos de Carlinhos Brown, que empolgaram os 650 mil foliões que tomaram as ruas da capital mineira.
Serviço:
Desfile Baianas Ozadas no carnaval 2019
Tema: “Avisa lá! Baianas Ozadas vai de Olodum, BH!”
Data: 04 de março, segunda-feira de carnaval
Concentração: 09h, na Av. Afonso Pena, próximo à Igreja São José. Início às 10h.
Trajeto: Av. Afonso Pena, Av. Amazonas e dispersão na Praça da Estação
Facebook: https://www.facebook.com/baianasozadas
Instagram: @baianasozadas
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