Para que a mudança no futuro do ensino do país aconteça, todas as iniciativas – do uso de tecnologias no dia a dia escolar aos métodos de ensino considerados inovadores, incluindo a participação dos alunos na criação e aplicação dos processos educacionais – precisam passar por um amplo debate entre todos os protagonistas: professores, alunos, governos e setor privado.
A Internet – força comunicacional mais importante e capilarizada de todos os tempos – desempenha um papel crucial nas mudanças que o modelo vigente necessita, tanto na abertura do diálogo quanto na prática.
Google pela Educação – tablets em sala de aula
Iniciativas como a do Google Sala de Aula simplificam tarefas com o compartilhamento de cronogramas de eventos escolares e atividades de sala de aula onde professores e alunos podem interagir usando lousas inteligentes e tablets. Há ainda a possibilidade de os estudantes acessarem conteúdos para estudar em casa. “Além dos alunos, também os professores precisam se acostumar à sala de aula digital, por isso o treinamento da equipe docente para a utilização das aplicações faz parte do processo”, afirma Cláudio Santos, CEO da Santo Digital.
A implantação da Google Sala de Aula no colégio Palmares (São Paulo), por exemplo, foi feita pela Santo Digital, maior distribuidora das aplicações da Google no Brasil, e durou cerca de cinco meses. Por enquanto os equipamentos são fornecidos pela escola, mas a ideia é que, no futuro, cada aluno traga o seu próprio tablet.
“A realidade dessa geração é o mundo digital, então quanto mais cedo usarem o potencial dessas ferramentas (gadgets) para o uso educacional e profissional, melhor será seu desenvolvimento”, comenta Marcos Toscano, proprietário e diretor do Colégio Palmares.
Tecnologias de baixo custo para informações digitais acessíveis
A fim de auxiliar o segmento de educação, a Reis Office, empresa com mais de 30 anos no mercado, desenvolveu um gerenciador de conteúdos de baixo custo, implantado com sucesso na Escola Internacional, de Barueri (SP).
“Algumas soluções digitais, como totens de informação encontrados com facilidade em shoppings e grandes empresas, infelizmente não são tão acessíveis a empreendimentos de médio ou pequeno porte – como é o caso de várias instituições educacionais”, ressalta Rodrigo Reis, Diretor comercial e sócio da Reis Office.
O totem idealizado pela empresa foi posicionado na entrada do prédio, o que facilitou a exibição de informações relevantes sobre horários de aula, atividades complementares, entre outras, para alunos e pais.
Ensinando de um jeito diferente – teoria aplicada à prática
Além das empresas que dispõem de recursos e tecnologias para a área, algumas instituições apostam em seus próprios alunos para aprimorar os processos de ensino. É o caso do Instituto Alpha Lumen (IAL), escola baseada em São José dos Campos (SP), bilíngue e de período integral que propõe um modelo adaptativo de aprendizado, trabalhando as habilidades individuais dos estudantes, estimulando-os por meio de desafios e tarefas aplicáveis ao dia a dia.
O modelo do IAL, que, além das matérias obrigatórias do MEC, adiciona à sua grade disciplinas como Robótica, Mecatrônica e Gestão para todos que tiverem vontade de aprender, coleciona bons resultados. Seus alunos são aceitos nas melhores universidades do Brasil (USP, ITA) e do mundo (Harvard, Stanford, Princeton, MIT).
Entre as atividades incentivadas pela escola, está o desenvolvimento de projetos experimentais, como a criação do aplicativo Appointer (que transforma o celular em um mouse e funciona com tecnologia WiFi a qualquer distância. Concebido inteiramente por garotos de com idades entre 13 e 16 anos que, nas horas vagas, se dedicam a criar inovações tecnológicas, ele tem funções como modo apresentação, que permite o avanço dos slides na tela e a reprodução e pausa para vídeos e músicas no computador.
O projeto do app participou Mostra Paulista de Ciências e Engenharia – MOP 2014, realizada nos dias 3, 4 e 5 de dezembro, recebeu o Prêmio ABRIC de destaque em Iniciação Científica e está classificado para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE 2015.
“Para estes meninos, a criação de algo concreto é o resultado do seu envolvimento e facilidade com a temática da tecnologia. Este desenvolvimento é uma comprovação de que nosso método de aprendizado na prática traz benefícios pessoais e coletivos”, afirma Nuricel Aguilera, fundadora do IAL.
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